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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Na palavra, a comoção.

"A literatura salva", já dizia Clarice Lispector, grande entusiasta das letras. Morrerei em defesa de tal propósito, de tal missão. Ensinar as belezas e maldades, virtudes e desvirtudes e os demais paradoxos que a vida nos propõe viver é algo tão belo e motivador. E toda a magnitude do ato se renova quando se utiliza a literatura para falar disso. Sou muito jovem ainda para saber todas as técnicas, teorias e fundamentos da prática docente. Mas creio que já tenha o principal, que é amor pelo que faço. Por vezes, todas as chateações e mágoas familiares e acadêmicas são sanadas quando me ponho na companhia dos meus alunos. É, no mínimo, intrigante tal sensação, tendo em vista que minhas crianças do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II têm uma péssima mania de falar muito alto. 

Eu devoto muito de mim para eles, porque acredito que estas são sementes que darão belos frutos mais tarde. E a literatura é minha aliada nessa batalha, o que tenho comprovado a cada dia e cada minuto, com coisas como as que lhes apresentarei logo abaixo:


"Há pouquíssimo tempo tive a oportunidade de desfrutar de uma excelente leitura, que me fez rever todos os meus conceitos, tanto sobre o real, como também sobre o imaginário e isso só foi possível graças a uma pessoa em especial. Por isso, quero aqui deixar escrito meu muito obrigado a esse ser de luz, que mesmo eu não merecendo nem agradecendo, não se deu por vencido, mas ao contrário do que eu imaginava me deu, talvez, a maior alegria de toda a minha vida. 'As Crônicas de Nárnia' não é apenas um livro, é o caminho para a realização do meu maior sonho. [...]"



Estou em estado de choque até agora, porque nunca esperava escutar tais palavras de ninguém. "Ser de Luz". Meu Deus, quando eu li isso fiquei um momento sem poder dar continuidade ao resto do texto, de tão impactado emocionalmente que estava. Pode soar estranho para alguns tanta "comoção" de minha parte, mas não há outro jeito de lhes falar o que passei, pois indiquei o livro em sala, trabalhamos juntos, organizamos exposições para a comunidade escolar e, enfim, quando peço (aos alunos) que descrevam em poucas palavras suas experiências como leitores das crônicas de C.S. Lewis me deparo com isso. Amanhã, irei abraçar a esta aluna (sim, foi uma menina do 9º ano) e agradecê-la pelo que ela me fez com suas palavras. E, certamente, direi do quão feliz estou com ela. Não pelas palavras em relação à minha pessoa, simplesmente. Mas por já poder, tão jovem, compreender o real caminho da "salvação".

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