Total de visualizações de página

terça-feira, 31 de maio de 2011

Faculdades do Pensamento



"Penso, logo existo", já dizia o filósofo francês René Descartes. De uma maneira mais simples e objetiva, ele diz que nossa existência só depende de uma coisa - das faculdades do pensamento, do ato de pensar e refletir sobre a nossa vida e sobre o que nos cerca. Pensar sobre qualquer coisa mesmo. Vejam só: vocês já pensaram no porque de o céu ser azul ou no porque de todos os dias o por do sol nos brindar com combinações de cores diversas e inéditas? À primeira vista, parecem questões sem importância, não é? Pois bem, os grandes pensadores do mundo partiram de questionamentos "simples" sobre os aspectos da vida cotidiana, para só então, iniciarem reflexões mais complexas e trabalhosas sobre o comportamento dos seres humanos, por exemplo. Se não pensamos, não existimos. Apenas co-existimos. E o que é isso? Isso é levar uma vida sem sentido, valores ou objetivos. A chave do conhecimento está no ato de pensar, de refletir! É dele que aprendemos a autocrítica, a crítica positiva, a reflexão e o senso crítico-moral. Você tem pensado muito ultimamente? Se a resposta for não, então comece pelas seguintes questões: O que eu estou fazendo neste planeta? Qual é a minha real função aqui? O que eu estou (ou devo) fazer para mudar a minha realidade e, por conseguinte, a da comunidade onde estou inserido? Quando refletir sobre isso, você passará a ver a educação além das salas de aula, professores e regras a cumprir. Você a verá como um mundo!

Professores apaixonados



Professores professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
 Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista,dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria. Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.

Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito,das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão.
 Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
 Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança. Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.

Os professores apaixonados querem tudo.Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade.Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

As canções que você fez pra mim

Hoje eu ouço as canções que você fez ora mim
Não sei porque razão tudo mudou assim
Ficaram as canções e você não ficou
Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você já nem se lembra mais

É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe
Pois sem você, meu mundo é diferente, minha alegria é triste
Quantas vezes você disse que me amava tanto tanto
Tantas vezes eu enxuguei o seu pranto
Agora, eu choro só sem ter você aqui.

[...]

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Palavreando

Os venenos da vida correm nas mãos de quem mais amamos e os grandes remédios de meros desconhecidos. 
Interiorizemos esta cruel realidade. O pensar em forma de escrita é um bom remédio para os males do mundo 
interior. Não ter medo de olhar para dentro de nós próprios.

Cry me a river

Agora você me diz que está sozinha
E eu te digo que partilho do mesmo estado
Onde você pode chorar como um rio?
Eu, sim, chorei um rio apenas por você.

domingo, 29 de maio de 2011

Falsa bondade, real maldade.

 Um domingo normal, um dia normal e recebo uma notícia que parece a cada dia mais normal em nossa sociedade. O jovem Ká Stock foi encontrado morto, vítima de um brutal assassinato na cidade de Natal (estupro, estrangulamento e esfaqueamento). E de onde vem todo esse ódio aos gays? E que direito esses "seres humanos" tem de tirar a vida de outra pessoa? Por que os gays incomodam tanto a esse tipo de gente?

É triste, frustrante, incômodo... maligno. O Ministério da Educação decide distribuir um kit anti-homofobia, isto é, que ensina a importância de conviver e respeitar o diferente, o outro, aquilo que não seguimos, mas nem por tal motivo devemos censurar ou repudiar. Resultado? Milhares de evangélicos unem-se contra a medida do governo federal alegando que a medida vai contra os "preceitos divinos", nega a existência de um "Deus maior" e "descumpre as leis bíblicas". Danem-se todos! Que tipo de pessoas você são? Pergunto-me, então, que amor e que Deus é este que preferem a morte de pessoas de carne e osso, filhos do mesmo Deus? Não tenho dúvidas de que essas pessoas que tanto defendem a ideia de o homossexualismo não ser um distúrbio pecaminoso não encontrarão sequer um recanto junto a Deus, ao verdadeiro, onipotente, onipresente e onisciente. O que vocês, meus caros, tanto prezam em vossas igrejas adornadas com as mais belas peças e decorações oriundas da ganância e da ambição humanas (que ironia, não?) jamais será a verdadeira vontade divina. Vocês transpiram maldade - e o pior, uma maldade velada, encoberta pela "obediência" aos mandamentos bíblicos.

Em uma canção que costumo ouvir em meus momentos de solidão e divagações, a intérprete usa da seguinte frase: "Na bondade mora a força". Sim, acredito nisso e confio que nos ínfimos pingos de bondade e amor que permeiam os poucos corações sublimes da humanidade haja também força de lutar contra a disseminação da ignorância e do desamor ao outro. É isso mesmo! É esse "outro" ao qual devemos respeito e amor, esse "outro" é nosso irmão também. Se o "outro" beija a boca de um homem ou de uma mulher não importa. É um detalhe minúsculo diante da imensidão da lição deixada por Jesus dentre os humanos: "ama o teu próximo!". Aos corações duros, impiedosos e desprovidos de sensibilidade humana, "ama o teu próximo". Não discrimina, não humilha, não mata o teu próximo, o "outro".

Sinto que as dores maiores de todos aqueles que deixaram as vidas aqui pelas mãos de gente má e cruel não foram as das balas perfurando a carne viva e pulsante, não foram as cutiladas com facas afiadas fazendo jorrar o sangue, não foram sequer os estupros forçados, doloridos e humilhantes. A maior das dores é saber os motivos reais pelos quais se passou por todo o resto. A dor mais cruel é a de saber que você é visto como um produto do diabo, uma manifestação de outro mundo, que merece ser combatida com ódio, ódio e ódio, mas com doses extras de humilhação e retaliação social.

Acordem deste sono de hipocrisia, preconceito e negligência. Por favor, saiam desse mar de desamor e ignorância. Tentem imaginar (porque sentir é improvável demais) a dor que ataca o coração e o espírito da mãe do jovem Ká Stock e de todos os outros que morreram e ainda morrerão nas mãos de gente sem amor. Tentem enxergar além do que todos vêem - provem a liberdade, vejam com olhos livres. Quanto sangue e dignidade ainda terá de ser derramado em detrimento de uma ideologia macabra de expurgar a sociedade de homossexuais, sejam eles homens ou mulheres? 

Já temos problemas demais aqui embaixo. 
Não façam desse mundo algo pior do que ele já vem se transformando.
Sejam humanos. "Amai o teu próximo."

Nota especial: De acordo com informações oficiais fornecidas pela equipe de reportagem da InterTV e por um amigo pessoal de Ká Stock, o corpo do jovem de 19 anos foi encontrado hoje (29) pela parte da manhã em uma granja próxima a São Gonçalo do Amarante. O jovem estava voltando pra casa por volta da meia noite de uma festa com amigos, quando deixou-os em casa e saiu caminhando até sua residência. De acordo com amigo da vítima que testemunhou quando o corpo foi encontrado, sinais de estrangulamento, estupro e esfaqueamento estavam no local, além de ter tido os dentes quebrados e de ser encontrado com a boca cheia de terra, e sem roupa íntima.

Então, diante disso será que as campanhas contra os direitos dos homossexuais continuarão firmes e fortes? Tenho medo da resposta, sinceramente. Mas não vou me desviar do essencial - "Na bondade mora a força" - "Amai teu próximo".

Palavreando


Mia Couto

(Moçambique)

Ser, parecer


Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida

Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos


In “Despedida”

O fim do mundo que espere!




Que conversa é essa do mundo acabar em 2012? O fim tem até data marcada: 21/12/2012. É a terrível "Profecia Maia", que com o final do seu calendário prevê desastres e cataclismas naturais. Tem até filmeco em cartaz “ensaiando” o fim do mundo para daqui a três anos. Pode parar! Sem chance. Esqueçam. Minha agenda está lotada para 2012. Infelizmente não vai dar para estar presente nesse “fim do mundo”, podem mudar o ano. Não me interessa se o holocausto final é uma projeção dos Maias, ou dos cineastas bons-de-bilheteria, ou de astrólogos-mal-humorados, ou de qualquer outra pajelança planetária, aliviem, não vai dar para ser em 2012…
Imagine se vou perder a festança literária que vai rolar no circuito França-Argélia com os 100 anos de nascimento de Camus. Imagina! Olha se dá pra perder em 2012 o pá-daqui-pá-dali que vai acontecer em Salvador no centenário do nosso Jorge Amado! A Bahia vai fritar no 12. Sem falar no bicentenário de Charles Dickens,  talvez o mais popular romancistas inglês do século XIX, que tem festival sendo organizado há quase uma década. Imagina se dá pra perder tempo com fim do mundo…
As artes plásticas também vão brilhar com o centenário do pintor Jackson Pollock, uma das maiores referências do movimento expressionista do século XX, e um ícone da cultura norte-americana. O lenga-lenga de que tudo acaba em três anos vai ter que mudar. Em 2012, a filosofia e a literatura vão parar, e não vai ser pelo fim do mundo, mas pelos 300 anos de nascimento de Rousseau, isso mesmo, o “cara”, Jean-Jacques Rousseau. Olha que tempo de glória, e se não bastasse, no mesmo ano, vamos também comemorar os 250 anos de publicação de sua obra máxima, "O Contrato Social" (1762).
Mas não é tudo. Para quem já está “arrumando as malas para o fim”, lembro que em 2012 também tem festa pelo centenário de Bram Stoker (Drácula), pelos 120 anos de nascimento de J.R.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis), e pelos 150 anos do compositor Claude Debussy e do pintor Gustav Klimt. É mole? Sem falar na quantidade de “festas oceânicas” que vão rolar pelos 100 anos do bye-bye Titanic. Que fim que nada… 
O pessoal que gosta daquela bagunça olímpica também não vai ter tempo de achar uma Arca, têm os Jogos de Londres 2012, e quem estiver por lá terá também oportunidade de sentir as comemorações pelo Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II. O Reino Unido vai virar de cabeça pra baixo. Concertos no Hyde Park com Rolling Stones, Paul McCartney e Led Zeppelin já estão agendados, tudo free. O fim de mundo em 2012 é impossível, pelo menos em Londres, ou em Nova York, que tem agendada uma monumental festa para inauguração da Freedom Tower, obra que substituirá as Torres Gêmeas.
Vou estar em todos os cantos, em todos os pólos, em todas as artes. Vou ver tudo de perto. Ou de longe, se a verba faltar, se a saúde conspirar, ou se a vida me aprontar. Onde estarei ao certo, não sei, mas não contem comigo para o fim do mundo de 2012. Os Maias que me desculpem mas podem reagendar. Tentem 2014, só vai ter Copa do Mundo no Brasil mesmo… nem ligo pra futebol…



Blog: um gênero textual digital


Blog vem da abreviação de weblog: web (tecido, teia, também usado para designar o ambiente da Internet) e log (diário de bordo). É uma ferramenta do mundo virtual que permite aos usuários colocar conteúdo na rede e interagir com outros internautas. Os blogs surgiram em agosto de 1999, com a utilização do software “Blogger”. A facilidade para a edição, atualização e manutenção dos textos em rede foram, e são, os principais atributos para o sucesso e a difusão dessa chamada ferramenta de auto-expressão. Em relação ao gênero blog, percebemos que o seu plano geral (estrutura) se apresenta, de acordo com Marcuschi (2010), da seguinte forma:
a)      No cabeçalho é apresentado o nome e um resumo do tema do diário (blog);
b)      As laterais são usadas, em geral, para mostrar o perfil do dono do blog e seus contatos, e ainda, arquivos de textos e fotos já publicados, além de endereços e comentários recomendados pelo blogueiro;
c)      O texto que se apresenta vem acompanhado de assinatura, data e horário em que foi escrito. O dono do blog coloca também atalhos para que o leitor possa encontrar outros textos com o mesmo tema, ou aos quais o texto principal faça alusão (os chamados “marcadores”);
d)     Há um espaço para que o leitor do blog deixe seu comentário.

Depreendemos, no que concerne ao gênero blog, que é possível localizar todas as sequências textuais existentes nos campos de estudo da Língua Portuguesa, já que a abrangência discursiva do gênero em questão permite ao redator produzir incontáveis  e variados textos, sejam eles, predominantemente, narrativos, descritivos, argumentativos, expositivos, dialogais ou injuntivos, segundo Jean Michel Adam (2010).
No tocante à esfera discursiva, podemos classificar o blog como “um gênero emergente digital” (Marcuschi, 2010). Sendo assim, o segmento social que faz uso desse gênero como ferramenta eficaz de comunicação é, necessariamente, ligado ao acesso à Internet e, na maioria dos casos, formado por indivíduos de faixa etária entre 15 e 25 anos, já em relação ao lugar social em que a interação o texto é produzida, podemos destacar a escola, família, mídia, igreja, interação comercial, interação do cotidiano, etc. Os blogs são produzidos tanto em casa, quanto na escola, num cybercafé ou em lanhouses. Podendo ser modificado diariamente ou conforme o blogger achar melhor. É válido ressaltar que o blog, assim como outros gêneros digitais como o e-mail, não permite a existência da democratização total do discurso, pois “para que haja verdadeira democratização das ideias, não basta que elas estejam depositadas na grande rede. É necessário que circulem e entrem na ordem do discurso” (Teixeira, 2010).

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Palavras apenas, palavras pequenas

Se algum dia...
... nos separarmos, lembre-se que nunca esquecerei do quão feliz fui ao seu lado.
... te magoar, me fale, pois assim implorarei perdão.
... meu sorriso de apagar, sorria para mim, para que eu possa ver na luz do seu sorriso a chave da importância do mer.
... me esquecer, não me esqueça de todo, tá certo? Esqueça meu nome, face, profissão, endereço, telefone e orkut.
... você esquecer tudo isso que foi mencionado aí atrás, lembre-se da minha presença espiritual.

E se um dia eu for muito feliz (mais do que sou hoje), jamais esqueça: De qualquer felicidade em minha vida, você fará parte nem que platonicamente! De qualquer alegria, tu serás parte, serás palavra e pensamento!

Ora, intrigante a vida, não?
Como pode?
Um menino véio e inexperiente querendo bancar amizade bonita com poetiza mega erudita!
Quem já viu?
Uma mulher de fibra, força e garra atrelada a um rapaz que nada tem a dar senão doses de mimo e petulância bem equilibradas!
O que há nisso tudo?
Ora, se não é de scraps no orkut que o mundo viverá...
Então que viva da poesia e da arte, da emoção e do sentimento, do vivo e do quente que eles podem causar!

12 de maio de 2011
21h44min
No meu reduto

Paulinho, o menino que escreveu uma nova história.

 Será que um menino nascido no Recife, órfão de pai aos 13 anos, poderia ler a própria história e escrevê-la de um jeito diferente? Pois foi isso o que Paulinho fez.

Ao tornar-se professor, procurou ler de modo compreensivo não só os livros, mas também as questões do mundo e os olhos das pessoas, dialogando com todos para aprenderem em comunhão. Paulo Freire olhou as dificuldades do povo oprimido e enxergou novas possibilidades, ajudando com seu trabalho a alfabetizar milhões de jovens e adultos do Brasil e de muitos lugares do mundo que não tiveram oportunidade de frequentar uma escola.

No mais novo título de publicação da Cortez Editora no segmento de Literatura Infantojuvenil,  "Paulinho: o menino que escreveu uma nova história", de Mere Abramowicz e Silmara Rascalha Casadei" é uma história belíssima voltada para o público infantil, em que é contada a história de vida de um dos mais sublimes e iconográficos educadores dos últimos tempos, que por sinal é brasileiríssimo e nordestino, muito bem e obrigado!, o Sr. Freire. Com um texto leve e encantador, a obra é capaz de informar muito bem os nossos leitores mirins, juntamente com os não-mirins, além de apresentar os principais aspectos da trajetória marcante do educador idealista, sonhador e transformador de realidades. Obviamente, as ilustrações de Marco Antonio Godoy são deliciosas de ver e enchem os olhos pela qualidade e expressividade que denotam as imagens. É uma obra completa, digo, já que funde o verbal e o não-verbal de forma lógica, instigante e atrativa

Apesar de ser indicada ao público etário infantil, "Paulinho" é uma história que pode agradar qualquer pessoas, principalmente, se falamos de pessoas que trabalham com educação. Aliás, "trabalham" é um pouco limitador demais - vejamos outro termo... Opa! Encontrei: O livro é indicadíssimo para pessoas que AMAM trabalhar com educação, porque para essas o ato de educar e ensinar a aprender não se restringe a uma mera profissão que rende alguns dividendos, mas a uma missão árdua e difícil, que justamente por tais motivos é tão sublime, bela e reveladora. 

Meus amigos amantes do "educar", agradeço a Paulo Freire, em nome de todos vocês e do meu, certamente, pela oportunidade de conhecer e levar ao conhecimentos dos meus alunos a história de vida de um professor inspirador. Thanks, Paulinho!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Ensino de Língua Materna no Brasil

Século XXI. O Brasil vem trabalhando e desenvolvendo cada vez mais a pesquisa científica com ênfase no campo dos Estudos Linguísticos e o conhecimento produzido nacionalmente também vem adquirindo seu espaço no contexto mundial. Rita Maria Diniz Zozolli, graduada em Letras pela UFAL (1973) com doutorado em Linguística e Ensino do Francês, através da Université de Franche Comté Besançon (1985), possui larga experiência na área de Linguística Aplicada, em especial na linha de Ensino e Aprendizagem de Línguas, atuando principalmente nos temas: leitura, produção, autonomia relativa, língua materna, língua estrangeira e produção escrita. Os projetos de pesquisa que desenvolve têm contribuído de forma profícua para a construção de uma conduta investigativa e inovadora no tocante ao Ensino de Língua Portuguesa e suas Literaturas no campo educacional brasileiro.      
Em Relações entre Produção de texto, Leitura e Gramática na sala de aula, artigo de sua autoria publicado no periódico norte-rio-grandense Odisseia, a pesquisadora procura tratar dos elos existentes entre os atos de ler e escrever e da influência dos preceitos normativos da gramática nesse conjunto, inserindo-os no contexto da sala de aula. A argumentação é quase sempre objetiva e de fácil compreensão, mas sem perder a fundamentação e o teor científico que amparam suas colocações.      
Neste artigo, a autora objetiva trabalhar sobre as relações entre produção textual, leitura e gramática na sala de aula de língua materna, amparando-se nas reflexões de Morin (2000), Bakthin (1977) e Marcuschi (1997) e na noção de complexidade linguística. Para isso, observou-se uma situação interativa em uma sala de aula de língua portuguesa para universitários de um curso com programa de leitura e produção de textos, onde foi avaliado o tratamento dado às competências de oralidade e escrita, além dos tópicos de gramática, nas construções textuais dos alunos por meio de gêneros de texto orais e escritos. Os resultados apontaram para a identificação de várias inadequações de cunho linguístico, tais como argumentação pouco fundamentada, clichês ou obviedades e paráfrase excessiva do texto. A autora conclui que eles são decorrentes de uma prática de ensino da LM centralizadora e fundamentalista, que tem na ideia de “língua” e “ensino” um modelo hierárquico, que foge à estrutura concreta de enunciação (BAKTHIN, 1997) e recomenda que o docente orientador em sala de aula contribua para a reformulação do texto, garantindo as qualidades textuais e discursivas sem impor um padrão de sua preferência particular. Zozolli ainda pondera a respeito da necessidade de se aderir à luta contra as ideologias quantitativas do mercado capitalista em detrimento de um comprometimento mais efetivo dos gestores da educação com os papéis que lhes são de direito executar.                
O texto de Zozolli é uma produção de grande relevância para os estudos na área de Linguagens em nosso país, tendo em vista que lança mão de visões arbitrárias, tendenciosas e hierárquicas sobre o ensino de LM e nos brinda com uma análise coerente, embasada nas teorias do cânone dos estudos da linguagem, acerca das competências de escrita e oralidade, bem como das habilidades de adequação à variedade linguística padrão, isto é, a norma culta, através do uso coerente dos conhecimentos gramáticos. Um conhecimento mais que útil nas aulas de LM.             
O artigo é indicado para iniciantes nos estudos linguísticos, professores de Língua Portuguesa e suas Literaturas, gestores administrativos das instituições escolares, bem como todos aqueles que possuírem interesse em conhecer um pouco mais das relações que ocorrem em nosso idioma e do funcionalismo básico da língua. O texto possui uma linguagem de entendimento relativamente fácil, mas em todo caso se obterá um maior aproveitamento das exposições da autora em relação às questões de escrita, leitura e gramática, se o leitor possuir alguma noção básica dos elementos mencionados e sua aplicação nas salas de aula brasileiras.          

A Ciência e o Homem

Desde o momento em que a Filosofia, investigadora e pensadora incansável do mundo e da existência de tudo e todos, passou a ser segregada da Ciência, pautada na pesquisa e nos preceitos metodológicos de estudo dos recortes da realidade, essa última vem assumindo um papel cada vez mais definitivo e imprescindível na constituição das relações de cognição e produção de conhecimento científico na vivência humana.

O ser humano, diante da necessidade de compreender e dominar o meio, ou o mundo, em benefício próprio e da sociedade da qual faz parte, acumula conhecimentos racionais sobre seu próprio meio e sobre as ações capazes de transformá-lo (FACHIN, 2011, p.14-15). O fenômeno da globalização e da revolução tecnológica e digital têm (re) afirmado enfaticamente a proficuidade da ciência no desenvolvimento das sociedades humanas, atendendo à evolução do conhecimento do homem, sua busca desenfreada pelos ideais de dominação e poder e, obviamente, ao instinto questionador (herdado diretamente da amante do saber, a Filosofia) das criaturas racionais.
Nesse sentido, os estudos científicos e a Ciência como macro-conjunto já possuem papel e importância significantes em nosso convívio e se a onda globalizadora amparada nas relações capitalistas de tecnologia e poder não mudarem seu percurso de progresso horizontal na história, esses papéis só tenderão a crescer.