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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ENEM


O tão comentado, discutido e estressante Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ganhará nova edição nos dias 6 e 7 de novembro de 2010. Vejo na "prova" que é proposta aos alunos de Ensino Médio, principalmente, não uma expressão de educação e aprendizagem, mas uma declaração clara do fracasso pelo qual as relações educacionais brasileiras vêem passando. É difícil de engolir, mas baixar a cabeça e ficar comentando do quão importante, educativo e eficaz é este tal exame é dizer que ao invés de jovens pensantes e críticos, queremos robozinhos com controle remoto para fazer reais os desejos mais podres de uma sociedade corrompida. A questão é que não é com um verdadeiro "atropelo" cognitivo, isto é, algo como "tirania cerebral", representada pelas infindáveis questões objetivas de cada área do conhecimento que o nível educacional de nosso país se elevará. Há aqueles que acreditam no belo argumento de "contextualização" pregado pelos mentores do exame, mas cabe lembrar que tudo tem seu lado positivo e negativo. Nesse caso, será realmente eficaz aplicar quase 100 questões contextualizadas sobre determinados assuntos e cobrar do estudante total domínio psicológico e cognitivo em cerca de 4 horas?

Venhamos e convenhamos, nossa educação caminhou nos últimos tempos, mas ninguém é vendado (será?) a ponto de não ver que os nossos alunos de Ensino Médio, em sua maioria, não são preparados durante os 3 ou 4 anos de educação que recebem nessa etapa de suas vidas para uma avaliação de tal gabarito. É uma prova perfeita para alunos imperfeitos, digamos. Com isso, não podemos continuar achando que o ENEM, mesmo com seus aparentes benefícios, é um grande feito na história da educação brasileira. Discordo muito disso e a não ser que a organização do exame reveja sua maneira/metodologia de realmente avaliar os conhecimentos obtidos pelos alunos durante o Ensino Médio sem torturá-los, literalmente, não tenho sequer a remota vontade de mudar de opinião. Já ouviram algo do tipo "quem cala, consente!"? Pois é, enquanto os estudantes só "aceitarem" coisas sem pensar sobre elas, o negócio que chamam de que mesmo? Ah, educação! Isso aí vai estar longe dos ideais libertários.

2 comentários:

  1. Mofi,

    eu defendo o ENEM até o fim. Ele é uma única prova pra milhões de pessoas, não é um vestibular pra alguns milhares. Ele tem que ser extenso MESMO. Tem que ser trabalhoso SIM. Se não for, não faz sentido. Todo mundo tem as mesmas condições na hora de fazer, as mesmas horas, os mesmos dias. Obviamente é frustrante, mas paciência.

    Escrevi sobre o ENEM aqui, se você quiser dar uma olhada. http://meucontrablog.blogspot.com/

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  2. Poiséh, Pri.

    Li lá no teu blog tbm, que por sinal tá dáhora!
    Mas, no atual contexto da educação brasileira não vejo o ENEM como algo tão importante e que possa vir a ajudar nossos alunos, já que as grandes falhas do sistema educacional encontram-se onde? No ensino e na formação docente! Apoiarei o ENEM, mas quando este for aplicado com de forma mais coerente. Por hora, vejo o exame como algo sem relevância em um país em que A MAIOR PARTE DOS ALUNOS não é preparada, como deveria ser, para realizá-lo! Adianta assim?

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