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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Escrever com personalidade


Todo texto, por mais impessoal que seja, projeta uma imagem de seu autor. Para especialistas da linguagem, no entanto, controlar essa imagem deixou de ser sonho exclusivo dos escritores profissionais e virou objeto  de desejo generalizado pelas necessidades de comunicação numa economia cada vez mais global, digitalizada e despersonalizante.  Para Moacyr Scliar, autor do romance "Manual da Paixão Solitária", livro do ano no prêmio Jabuti 2009, a formação de um caráter por escrito resulta de uma combinação de fatores.
- Autores e autoras não decidem que espécie de estilo terão. Isto não é o fruto de uma decisão consciente, vai brotando espontaneamente, como resultado de um background psicológico e cultural, do gênero escolhido e de outros fatores.

Na literatura, avalia Scliar, são mais evidentes as condições de formação de um estilo.

- A consolidação do estilo é o resultado da maturidade do escritor, que a partir daí pode ser reconhecido à vezes num único parágrafo. Guimarães Rosa, por exemplo, é único, e o mesmo podemos dizer de um Kafka, de um Drummond, da Bíblia - pondera Scliar.

Mapear os elementos que compõem a "personalidade" de um texto não só na literatura, no entanto, é tarefa complexa, tal o número de variáveis envolvidas. Mas a impressão que se tem do conjunto, seja ele uma mensagem a um amigo ou um relatório de trabalho, é o que conta. Para Alerte Salvador, que junto com Dad Squasiri publicou "A Arte de Escrever Bem" (editora Contexto), a extensão das frases, bem como a escolha de palavras, é um dos aspectos que mais salta aos olhos na definição de uma voz própria por escrito. 

Dentro do que fora dito, principalmente, pelo Moacyr Scliar, é muito importante reconhecer alguns pontos bem relevantes no que diz respeito à construção da personalidade no ato de escrever. São eles: a "Impessoalidade", a "Apropriação", a "Imitação" e/ou o "Afeto investido".


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