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sábado, 20 de novembro de 2010

Livro da Semana: "Harry Potter e as Relíquias da Morte", de J.K. Rowling


"A morte é apenas a próxima aventura"

A indicação de leitura desta última semana não poderia ser tão especial para mim quanto "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Falo como fã de toda a série, composta por 7 livros, e também como estudioso de Literatura Fantástica e dos próprios livros da Rowling. Há uma coisa a se dizer inicialmente: este livro encerra o evento literário do século, o que trouxe à luz da importância do ato de ler por prazer a mais que "algumas crianças". Não foram apenas milhares de leitores (as). Foram e são bilhões de pessoas a conhecer a magia do texto de Joanne Kathleen sobre o menino bruxo Harry Potter.

Em meio a uma série de críticas dos "acadêmicos conservacionistas", que resumem o livro a "mais um de literatura de entretenimento", a obra não vem perdendo qualquer espaço do que já havia conquistado. Pelo contrário, parece-me que em revide à falta de compreensão e tato literário dos  (as) academicistas para lidar com "Harry Potter", os livros (especialmente "Relíquias da Morte") só têm ganhado e formado mais leitores (as) árduos mundo à fora. É um fato: crianças que mal liam livros de 100 páginas para trabalhos escolares ou leitura pessoal passaram a ler 500 páginas de UM livro da série Harry Potter em uma semana, por exemplo. 

Em "Harry Potter e as Relíquias da Morte", os valores humanos são escancaradamente expostos ao leitor (a) nas ações que transcorrem as quase 600 páginas do livro. Não é livro de bruxaria ou feitiçaria, não induz crianças/jovens a praticarem magia negra. Na verdade, mostra o quão importantes são alguns valores que a nossa sociedade deixou passar, deixou de ensinar às crianças e cultivar entre os adultos. O bem, a amizade, o amor, a lealdade, a coragem e a inteligência são provas vivas das relações entre o mundo de Harry e o nosso. É, no mínimo, intrigante pensar em que se baseiam as pessoas que nem sequer leram qualquer um dos exemplares da série, mas ainda assim estão munidos de facas e pedras para falar da "irrelevância" da leitura de Potter.

Nas palavras de Voltaire, o simples fato de você criticar algo que não tenha lido e, assim, não conheça verdadeiramente, já é o bastante para desvalorizar qualquer crítica que você faça à qualquer obra. Por isso, valorizo tantos estes livros e também é por causa disso que acredito, e invisto, na utilização destes livros para atrair as crianças para o mundo da literatura, o mundo que realmente dá chances mais concretas e abstratas (e pode?) de o indivíduo conhecer e ter acesso a mundos diferentes, atraentes e totalmente abertos à sua compreensão. Parece muito, mas não é. A leitura é bem mais que isso. Só dei um "gostinho". 

Indico com toda a convicção e ponho minha cara à tapa, subjetivamente falando, a respeito da leitura das "Relíquias da Morte". É um livro belíssimo e que merece ser lido. Agora, atenção! Ele é o último se uma série de 7. Talvez isso não atrapalhe o entendimento, talvez sim. Mas, a indicação está lançada. Que tal aprender a gostar de ler?

2 comentários:

  1. André, concordo plenamente com você. Eu queria ver um desses professores tentando passar para uma criança de 10 anos Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) ou então Eu (Augusto dos Anjos). Com certeza seria um dos maiores, se não o maior, professores mais fracassados do mundo.
    Há muito o que se aprender com Harry Potter (a saga). O que eu mais foco quando falo com Brasil teima em tratar como algo abominável (e satânico até!): a morte. As principais vítimas disso são as crianças, que crescem sem ter visão alguma sobre a morte. Bem diferente do que acontece por exemplo no México, onde o Dia dos Mortos (no BR, o Dia de Finados) é recebido com uma enorme (literalmente) festa!
    Me irrita muito também saber que certas doutrinas (vulgo, o Papa - e eu não tenho medo de dizer) pregam que os livros são manuais de magia negra e coisas do gênero. Por favor!!! Só vejo duas respostas pra isso: ou aquele "povinho" do Vaticano não sabe ler, ou eles têm ciúmes porque o "livro sagrado" deles não agradou a tantos fora daquela cúpula cristã podre.
    E para finalizar: André, parabéns pela iniciativa de trabalhar esse livro em sala de aula. Tenho certeza que seus alunos adquiriram com isso o gosto e hábito pela leitura; e tenho certeza também que no futuro eles leram algo incentivado pelo cânone da ABL!

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  2. Obrigado sempre pelos comments, Tertu!
    You rock, boy! :D
    É algo bem legal de se discutir, é necessário.
    Fico indignadíssimo quando escuto teachers aí à fora dizerem que só livro de "entretenimento" ou mesmo gente que gosta de literatura como nós.
    Já ouvi muito no IF e não curti nada. Aliás, não consigo imaginar como a mente deles (as) se trava quando o assunto é Harry.
    Se tenho do que me orgulhar, certamente é do que tenho escutado dos meus alunos do 7º ano, os que leram Harry Potter e a Pedra Filosofal. Crianças/adolescentes que mal liam os textos das avaliações escritas lendo mais de 200 páginas em 2 semanas e gostando e querendo mais! É lindo, é brilhante. Não há preço para isso. Sem falar nos outros né? Como os do 9º ano, lendo em cerca de um mês 750 páginas referentes à obra prima épica do C.S. Lewis - As Crônicas de Nárnia.

    Fico muito feliz por contar com você nessa luta pela valorização da Literatura de Fantasia. Isso é o que vale! Ler por prazer e não, simplesmente, por "status".

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