Total de visualizações de página

sábado, 20 de novembro de 2010

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra


Comemorado no dia 20 de novembro aqui no Brasil, o dia da consciência negra é mais uma oportunidade de por em xeque a questão do negro, sua inserção social e representação histórico-cultural. A data foi escolhida no intuito de coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1965. Mais do que uma simples "data comemorativa", este dia tem uma carga de necessidade e responsabilidade social por si só, pois pressupõe-se aqui que todos os dias 20 de novembro deveriam ser dedicados a homenagear a figura negra, suas identidades. No entanto, ainda estamos no momento de debater sobre a real situação dos negros e afrodescendentes em nosso país e mundo. E não de simplesmente comemorar.

Todos os anos, todos os dias, todas as horas renovo minhas esperanças de que a educação é o caminho mais eficaz e seguro na busca do respeito mútuo à diversidade étnico-racial e às identidades culturais, principalmente. O primeiro passo para que a educação étnica possa realmente ser algo real em nosso país é promover a implementação da Lei 11.645/08 nas escolas brasileiras. O seu texto é bem claro quanto à OBRIGATORIEDADE do ensino da história e cultura africana, afrobrasileira e indígena nas turmas de ensino básico e tecnológico público do Brasil. 

O principal desafio a que todos devem se propor vencer é estudar/ensinar as relações de diversidade cultural e étnica sem hierarquizá-las. Não há como falar de educação libertária com imposição de condutas pessoais em sala de aula ou em qualquer outro contexto. Exemplificando... o professor curte muito o forró de Luiz Gonzaga e não gosta nada de Aviões do Forró. Em sala, ele destrói o forró  de um e só fala do outro. A ideia não é bem essa, entendem? É óbvio que há muitas letras de Luiz Gonzaga que tratam de questões sociais, denúncia, vida pessoal e tal. Enquanto que nas letrinhas de Aviões isso não é tão efetivo. Trocando em miúdos, o papel do professor neste caso é apresentar ao aluno as origens do que ele escuta e gosta e, então, propor comparações e paralelos. É bem mais útil e libertário, digamos, pois o aluno não vai se sentir oprimido pelo seu profe. Uma saída interessante é mostrar o que há do forró de Luiz Gonzaga no forró de Xandinho e Solange, por exemplo. Ritmo? Instrumentos? Temática? 

A questão é que vivemos em uma sociedade em que a cultura de massa é sempre muito bem vinda para  maioria, no caso, a massa. E temos que ter jogo de cintura em sala de aula para lidar com isso sem menosprezar os conhecimentos prévios do aluno. Ele sabe, mas não sabe que sabe (na maioria das vezes). Una o útil ao agradável e promova o respeito à diversidade cultura, étnica e identitária!

Nenhum comentário:

Postar um comentário