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sábado, 11 de junho de 2011

Palavreando

Muda! Concerta-te! Subjuga-se!
Diante de tantas exigências, prefiro o calor
O calor da tua companhia, da tua palavra
Singela, simples, inexata
A vaguear por entre as suas, minhas, nossas ruas...

Muda! Concerta-te! Subjuga-se!
E se não quiser mudar? 
Se não preferir ser bom, adequado e cordial
Optar, então, pelo banal, radical, o que não é convencional?
Oh, todos dirão: 
"Cortem-lhe a cabeça! Joguem-no aos leões!
Egocêntrico, prepotente, revolucionário, um grande vão!"

Ao que reponderei:
Sim, irei! Sim, eu quero! 
Antes uma morte pela negação ao que não sou
A uma vida de fingimentos, um carnaval eterno
Onde a igualdade, os padrões, a moral e o convencional
Nada mais são que alegorias de tristeza, dor e decepção
Meros brinquedos na mão daqueles
Que insistem sem cessar 

Matam, Concertam, Subjugam
Querendo a todos mudar
E eu, em meu reduto de individualidade e sagacidade,
[aos olhos dos demais]
Caminharei sorridente junto à morte
Triunfante por saber,
Que apesar de você,
Amanhã há de ser
Não um outro
Mas um novo dia!

No meu quarto, ao silêncio da madrugada que aproxima-se.
Só escuto o silêncio das minhas palavras e da minha gatinha esparramada 
nos meus cadernos com a cabeça recostada em um querido exemplar
de "A Revolução dos Bichos", de Orwell.


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