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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Livro da Semana: "O Leitor", de Bernard Schlink





COMOVENTE, SUGESTIVO E ESPERANÇOSO

Michael Berg tem 15 anos quando inicia um obsessivo caso amoroso com Hanna, uma mulher enigmática, vinte anos mais velha. Os encontros entre os dois seguem um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê fragmentos de Goethe, Dickens, Tolstói e Schiller, e só então fazem amor. Michael nunca chega a saber muito sobre a amante. Assim, quando ela desaparece de repente dando um fim abrupto àquele período de felicidade, ele se convence de que jamais a verá de novo.

Anos mais tarde, entretanto, ele a reencontra. Hanna é uma das acusadas por crimes de guerra e por várias mortes em um campo de concentração nazista. Michael, como estudante de Direito, acompanha o caso indeciso entre as lembranças da antiga amante e a indignação pelos crimes. Na tentativa de descobrir quem é a mulher que amou, ele gradualmente percebe que Hanna pode guardar um segredo que considera mais vergonhoso que homicídio. 

As páginas do romance trazem a lúcida pergunta: Como amar alguém que cometeu a maior atrocidade que o mundo já conheceu? O estilo de Schlink é limpo e despido de imagens e diálogos desnecessários, resultando em uma bela e austera narrativa sobre o esforço para preencher o vazio entre as gerações pré e pós-guerra na Alemanha, entre culpados e inocentes, entre palavras e silêncio. 

"O Leitor" é, desde "O Perfume", o romance alemão mais aplaudido nacional e internacionalmente.

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